Por Joelson Nascimento
(Imagem: O Estoico. Joseph Henry Sharp (1914))
Começarei essa reflexão parafraseando algumas frases que tenho ouvido e lido ao longo de minha vida: ‘Tudo depende de você!’; ‘Seu destino, suas regras’; ‘O futuro é você quem faz’. Frases como essas carregam uma mensagem clara: tudo depende de nós. Por essa ideia parecer transferir-nos um poder divino, gostaria de refletir sobre suas consequências levantando algumas questões: será que tudo realmente depende de nós? Se sim, como resolver os conflitos? Se não, como ser responsáveis por nossas ações? Vamos trazer para nossa reflexão o filósofo estoico Epicteto:
“Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa. Por natureza, as coisas que são encargos nossos são livres, desobstruídas, sem entraves. As que não são encargos nossos são débeis, escravas, obstruídas, de outrem…” (ENCHEIRÍDION, capítulo 1, Tradução de Aldo Dinucci e Alfredo Julien, EdiUFS: 2012, p.15).