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16/11/2014

O Mundo de Beakman

Aos 62, ‘Beakman’ mantém humor e ciência em shows

Em São Paulo para participar na Brasil Comic Com, o ator Paul Zaloom fala sobre o papel do cientista maluco que marcou a infância de uma geração

Raquel Carneiro
O ator Paul Zaloom como o personagem Beakman
O ator Paul Zaloom como o personagem Beakman (Divulgação/VEJA)
"Meu experimento favorito foi o do episódio sobre ranho. Eu entrei em um 'nariz', usando uma roupa de proteção especial. Aquilo foi exagerado, nojento e muito divertido de se fazer."
Um cientista exaltado, de jaleco verde e cabelo à la Einstein, um rato de laboratório com práticas nojentas e uma assistente histérica. O trio pouco convencional estrelou a série educativa O Mundo de Beakman, transmitida pela TV Cultura nos anos 1990 e, até hoje, parte da memória afetiva da geração que acompanhou o programa.  
Escolhido para dar vida ao protagonista Beakman, o ator Paul Zaloom ainda veste o personagem aos 62 anos em eventos e shows ao vivo, em que faz experiências cientificas caseiras, assim como na TV. Neste sábado, Zaloom fez uma dessas participações especiais na Brasil Comic Con, feira de cultura geek sediada em São Paulo neste fim de semana.

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Em entrevista ao site de VEJA, ele fala sobre os bastidores do programa, a amizade com Mark Ritts (o rato Lester) e a fama. As pessoas me reconhecem muito no Brasil, apesar de eu estar vinte anos mais velho, um pouco mais gordo e bem careca.”
 

Quais memórias o senhor tem do tempo em que fazia O Mundo de BeakmanMinhas melhores memórias são dos bastidores. Nós tínhamos uma atmosfera maravilhosa no estúdio. Ríamos o dia inteiro. Mas também era um trabalho difícil. Especialmente por causa do formato em que ele foi pensado. Quando pegamos o jeito, ficou mais fácil. Uma memória ruim que tenho foi quando meu querido amigo e comparsa Mark Ritts (o rato Lester) morreu de câncer, em dezembro de 2009. Nós éramos muito próximos, e não falo isso como uma conversa furada típica de Hollywood. Mark era engraçado, amável e extremamente inteligente. Ele era tão talentoso que eu tive de me esforçar muito para manter o padrão de interpretação que ele estabeleceu. Eu sinto muito a falta de Mark e nunca vou esquecer meu amigo vestido de rato.
Reprodução
Os atores Eliza Schneider (Leslie), Mark Ritts (Lester) e Paul Zaloom (Beakman)
Que retorno o senhor costuma receber das pessoas que assistiram à série na infância?Eu fico surpreso e muito grato com o que ouço. Escuto comentários como: me tornei médico, cientista, biólogo, por sua causa. Nenhum de nós tinha ideia do sucesso que o programa teria em fazer as pessoas se interessarem por ciência.
Na série The Big Bang Theory, existe um personagem, o professor Próton, que era um apresentador de série infantil científica marcante para os protagonistas cientistas. Você se vê no personagem? Infelizmente, vi apenas trechos da série, pois não tenho TV em casa. Mas sei que citaram o Beakman em um episódio. Eu adoraria fazer uma ponta do seriado um dia, mas acho que está meio tarde para isso acontecer.
O senhor ainda trabalha como Beakman. Como tem sido essa experiência? Nos últimos vinte anos, eu tenho feito shows como Beakman. Atualmente, estou em turnê com dois espetáculos ao vivo, um deles é o Beakman Live!, uma versão para grandes plateias, e outro mais informal, para um público menor. Em cada apresentação, eu faço uma série de experimentos científicos e envolvo a plateia.  Também tenho um espetáculo chamado Beakman e o Cérebro: Tudo o que Você Sempre Quis Perguntar sobre o Cérebro, Mas Estava Pensando Muito para Perguntar. Ainda não fiz esse show na América Latina, espero poder apresentá-lo por aqui em breve.
Por que o senhor acha que foi escolhido para viver o Beakman? Os produtores da série fizeram testes com muitos atores em Hollywood, mas eles não conseguiram encontrar o tipo de pessoa adequada. Eles queriam um ator estranho, desajustado e exagerado, que seria eu, claro (risos). O diretor, Jay Dubin, conhecia meu espetáculo de marionetes em Nova York e me indicou para o papel. No teste, eu derrubei um copo de água e comecei a improvisar com isso. Espalhei o líquido, molhei meu pescoço como se fosse um perfume, entre outras atitudes idiotas. As pessoas no showbiz se impressionam com atores que improvisam quando algo dá errado. E aquela improvisação me deu um emprego.
O senhor ainda é reconhecido nas ruas? Nos Estados Unidos, raramente. Mas, no Brasil e no México, muito. As pessoas me reconhecem por aqui, apesar de eu estar vinte anos mais velho, um pouco mais gordo e bem careca.
Seus fãs costumam lembrar o experimento favorito exibido no programa. O senhor tem algum que o marcou? Meu experimento favorito foi o do episódio sobre ranho. Eu entrei em um “nariz”, usando uma roupa de proteção especial. Aquilo foi exagerado, nojento e muito divertido de se fazer.
Nos bastidores do seriado, qual dos atores era o mais inteligente? Essa é fácil: Mark Ritts. Ele era extremamente inteligente e bem informado. Aliás, ele estudou em Harvard. Acredito que ele nunca imaginou, enquanto estudava em uma universidade de tanto prestígio, que um dia usaria uma fantasia de rato na televisão. 
Fonte: Veja.


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