Júlio Ritta e a esposa Patrícia Stein, responsáveis por distribuir toneladas de alimentos preparados com carinho para matar a fome de moradores de rua de Porto Alegre há sete anos, enfrentam o pior momento da história do Cozinheiros do Bem em termos de doações. 


Segundo Ritta, fundador do movimento, o ano de 2022 foi o que o projeto menos arrecadou alimentos, chegando a zerar o estoque da cozinha na ação de Natal.


O projeto alimenta 1,5 mil pessoas por semana, em média, nas ações realizadas no vão inferior do Viaduto da Conceição, na Avenida Alberto Bins. O Cozinheiros do Bem ainda pretende oferecer um local para que seus assistidos também possam cuidar da higiene pessoal e lavar as roupas na sede física, na zona norte da Capital. 

A alternativa para garantir a ceia de Natal para a população de rua no Viaduto da Conceição, zona norte da Capital, tradicional ponto do trabalho social, foi divulgar a iniciativa em plataformas digitais de arrecadação financeira coletiva. Para 2023, o Cozinheiros do Bem cogita manter a divulgação nestes meios para evitar repetir a ameaça de suspender os trabalhos, como foi em 2022.

— Nossas refeições tem sempre algum tipo de carne, e sempre queremos oferecer a comida que a gente come na nossa casa, o que encarece bastante a refeição — argumenta Patrícia. 

A ação de Natal contou com apresentações culturais e serviu galeto, salada de maionese, arroz, farofa, lentilha, refrigerante e sobremesa. Somando o último almoço de 2022 e o primeiro de 2023, evento de aniversário do chef Júlio, foram mais de 3 mil refeições servidas, de acordo com Patrícia.

Luta pela continuidade

Na arrancada de 2023, as redes sociais do Cozinheiros do Bem foram tomadas por pedidos de doações. No dia 24, um aviso alarmante pedia socorro e tentava sensibilizar os mais de 23 mil seguidores da página: “O Cozinheiros do Bem vai acabar”.

Nos comentários da publicação, demonstrações de apoio e relatos de doações mostraram que o público fiel está fazendo sua parte.

“Somos 21.400 seguidores da página. Digamos que a METADE disso (11.700) contribuísse com R$ 10,00 (pouco para cada um, muito para o projeto), teríamos R$ 117.000! Vou lá doar o meu pouco”, calculou uma das seguidoras. 

“Pix feito. É pouco, mas se todos ajudarem o bolo cresce”, incentivou outro.

A transferência digital de valores é feita para uma conta registrada em nome de Patrícia Stein. A chave Pix é olacozinheirosdobem@gmail.com