REENCARNAÇÃO


“Da última vez eu também não acreditava em reencarnação” A reencarnação existe 
até você saber que não precisa dela”. Reshad Field

Antes de mais nada, como é que você acha que chegou aqui? Mergulhe de cabeça nessa questão sem a rede de segurança das explicações e preconceitos de outra pessoa. Pode ser assustador, mas é necessário, se você quer perscrutar as suas profundezas, pois aquilo que você acredita a respeito de suas origens estabelece os parâmetros primários da sua realidade. Todas as mudanças que você vivencia serão definidas por esses parâmetros. 


A necessidade de saber como chegamos aqui parece estar construída na psique. Como é que eu chego até um determinado ventre, com uma combinação genética específica, herdando padrões familiares, psíquicos, fisiológicos e sociológicos que têm um alcance tão longo que acabam desaparecendo na história de cada um de nós? Será que o universo é tão desorganizado que um óvulo e um espermatozóide podem se encontrar, fundir-se e nos enviar numa catapulta para passar noventa anos no planeta Terra sem que possamos emitir uma opinião a respeito? Se é assim, que espécie de Deus decidiria que devemos chegar bem em tempo de um ataque naval com bombas napalm, ou de uma esclerose múltipla, ou de uma violência sexual? Ou mesmo, em tempo de algo que diz respeito à saúde, à riqueza e à felicidade? Será que nós realmente construímos a nossa realidade? Será que existe a graça divina, e, se é assim, o que isso tem que ver com o destino ou as escolhas? São questões difíceis. Mas as próprias questões, e até mesmo o fato de questionarmos, implicam que, de algum modo, nós sabemos que já existimos antes. Antes do quê? Antes de chegarmos aqui? Como foi que eu cheguei aqui? Para onde irei quando partir? Em primeiro lugar, quem é esse “eu” que faz as perguntas? Um dos temas dominantes do pensamento humano é o de que voltamos à vida várias e várias vezes até aprendermos a dominar todas as lições que este planeta tem para nos ensinar.


A reencarnação como o meio através do qual evoluímos espiritualmente tem sido aceita ao longo dos séculos por santos, sábios e pessoas comuns. No Ocidente, encaramos isso como uma doutrina tipicamente oriental, mas de fato essa sabedoria foi expressa em muitas culturas no mundo todo, dos essênios e gregos antigos aos índios americanos. Muitos cristãos, dos antigos gnósticos aos atuais crentes, acham o conceito de reencarnação não apenas em harmonia com os ensinamentos de Cristo mas amparados por eles.

Como a reencarnação atua

Com as devidas variações das embalagens culturais, a idéia é basicamente a seguinte: já tivemos uma existência em perfeito repouso e equilíbrio na Unidade. Então fomos expelidos do coração de Deus, carregando conosco a imagem e a centelha interior do nosso criador, com o dom de usar a nossa vontade para escolher e criar como desejarmos. À medida que usamos essa vontade divina, nós nos tornamos cada vez mais fascinados pelo mundo físico, penetrando cada vez mais fundo na sua densidade. À medida que fomos nos identificando cada vez mais com as nossas criações materiais — com as nossas ilusões — começamos a esquecer quem realmente éramos, tornando-nos seres separados de Deus e dos outros seres. Nossa separação é a nossa dor, e a cura é nada menos que a reunião. Os ensinamentos espiritualistas tradicionais dizem que o modo como essa reunião se realiza é através de vidas sucessivas, nas quais gradualmente nos cansamos das conseqüências de usar o nosso direito inato ao livre-arbítrio para criar dramas passageiros que perpetuam mais sofrimento e separação. Nesse ponto, começamos a fazer uso da nossa vontade para buscar a religação consciente com a Vontade Una. Isso acontece quando descobrimos que realmente nunca estivemos separados; apenas pensávamos que estávamos. Nunca houve uma época em que o amor e a graça de Deus não estivessem conosco. Muito daquilo que consideramos como mal é simplesmente ignorância e negação da Luz. A reencarnação é o meio através do qual nossa vontade individual se torna consciente de sua verdadeira unidade com a vontade de Deus. As conseqüências de nossas escolhas, ações, pensamentos e desejos durante uma vida são vivenciadas em outras vidas. Esse é o processo de causa e efeito denominado carma. O carma não é um sistema de moralidade de recompensa e castigo. É um princípio da natureza. Tudo aquilo que dizemos, fazemos, pensamos ou sentimos — de positivo ou de negativo — produz uma reação que retornará a nós, mas não necessariamente na mesma vida. Quando as condições são realmente corretas, recebemos de volta aquilo que enviamos. Aquilo que maldizemos fica ligado a nós; aquilo que abençoamos, nós libertamos.

 

A graça de Deus nos oferece a oportunidade irrestrita de aprender e o potencial sempre presente para transcender o carma. Fazemos isso tornando-nos bem conscientes e nos entregando ao Cristo Universal — ou qualquer outro nome que possamos dar a essa energia — pois a entrega total é o único modo de realizar a reunião e eliminar a série infinita de encarnações. Muitas perspectivas do eterno retorno A reencarnação tem sido atualizada em toda a história sob vários nomes — renascimento, recorporificação, metempsicose, metensomatose e até mesmo transmigração. Como ainda não conhecemos uma física que pudesse explicar como vivenciamos múltiplas realidades, criamos muitas teorias sobre o seu funcionamento. Porém, o fato de que há muitos nomes e conceitos relativos à reencarnação, muitos dos quais contradizem os outros, não nega o fato de que ela existe. Quando a verdade observada não tem um contexto provável no qual se possa colocá-la, ela fica carregada de crendices. Tomemos a transmigração, por exemplo. Esse conceito geralmente carrega consigo a implicação de que alguém poderia reencarnar numa forma de vida inferior. Isso não é coerente com a teoria da evolução; nós não voltamos atrás. Talvez a transmigração como conceito resulte menos da ignorância sobre a evolução que da observação de que algumas pessoas, tais como magos e feiticeiras, podem projetar sua vontade consciente nas formas inferiores. Atribuiu-se aos xamãs de diversas culturas o uso de formas animais a seu bel-prazer ou a criação bem- sucedida da ilusão de um animal. Talvez a criança que existe dentro de nós ainda se pergunte se a feiticeira má realmente pode nos transformar em sapos. Outro conceito a respeito do modo como a reencarnação atua é o da alma universal. Essa teoria afirma que o “eu” desta vida é apenas uma das muitas expressões que existem simultaneamente nos corpos físicos, de que somos parte de uma alma universal, como células individuais num corpo único, e cada um de nós tem, dentro de si, a capacidade de conhecer todas as outras expressões do “eu” que está passando por outras vidas. Essa perspectiva encara cada um de nós, ao mesmo tempo, como o todo — a alma universal — e as partes.


O conferencista e escritor Dick Sutphen nos recomenda pensar em vidas simultâneas como um tabuleiro de xadrez em vários níveis. Se olharmos direto de cima para baixo, veremos muitos jogadores em muitos níveis. Quando um jogador se mexe, afeta todos os outros. Essas outras vidas também somos nós? Sim, se entendermos que o espaço e o tempo não são realmente lineares. Não há início, meio ou fim; ao contrário, todas essas vidas estão acontecendo no eterno agora. Nesse caso, quanto mais cedo fizermos uso do nosso direito divino de criar e de mudar alguma coisa, mais cedo aquilo que fazemos nesta vida compensará todas as nossas outras vidas. Uma variação quanto ao conceito da alma universal diz que somos quem somos e jamais fomos alguém mais, e que o nosso conhecimento e energia permanecerão conosco por toda a eternidade. Na essência, nós mesmos nos criamos e esse “eu” é livre para criar outros “eus”. Há também a escola que defende a idéia de que a vida na Terra é simplesmente um jogo ilusório criado como um processo evolutivo da alma, que nós o inventamos — todo ele, mesmo que a ilusão pareça bastante real enquanto estamos aqui! Hoje, talvez, um mestre como Jesus conversasse conosco como um físico, falando de muitas realidades alternadas, de muitas dimensões de tempo e espaço nas quais podemos viver conscientemente. A reencarnação não é uma religião em si, embora seja aceita ou rejeitada por doutrinas religiosas. Assim como se pode ser um cientista social ou psicólogo adepto de qualquer fé, assim também se pode pertencer a qualquer religião e aceitar a reencarnação como um princípio de funcionamento da evolução da alma no universo. Pesquisar o modo como Deus trabalha conosco através dos sistemas e leis naturais não é uma questão religiosa, mas uma questão de saber como funciona o corpo humano ou o sistema solar. Não muito tempo atrás, considerava-se pecado fazer uma autópsia. Também era pecado sugerir que a Terra não era o centro do universo. Aceitar cegamente as afirmações de qualquer teologia pré-científica como verdade final é algo que pode determinar uma escolha dolorosa e completamente desnecessária entre o nosso anseio natural de paz espiritual e o nosso anseio natural de conhecimento. Não há divisão entre o espírito e a ciência, a menos que a provoquemos; a ciência descobre o modo como o espírito se manifesta. E algumas de nossas ciências, hoje, estão começando a explorar áreas que anteriormente eram consideradas território estrito da teologia. Os limites entre a realidade objetiva e a realidade subjetiva estão se tornando muito imprecisos. Sabemos que exercemos influência sobre aquilo que observamos. Nossa consciência e aquilo que costumávamos pensar que era a realidade objetiva estão demonstrando que são inseparáveis. Como disse o físico David Bohm, detentor do Prêmio Nobel, “Não acho que o estudo do misticismo seja mais estranho que o estudo do mundo material”.

Corretamente compreendida, a reencarnação faz parte de um modelo teórico de ciência espiritual, uma disciplina que estuda como a consciência funciona. Reencarnação é um termo que se refere a um dos princípios de funcionamento da consciência. Quando estabelecemos a separação entre o estudo da consciência e o estudo da natureza, colocamos a ciência e a religião em campos separados. Sem dúvida, tivemos algum benefício com isso, pois retiramos o poder que tinham as instituições religiosas de interferir no prosseguimento do conhecimento científico. Mas, com essa separação entre a ciência material e a espiritual, também intensificamos a divisão entre nossas naturezas física e espiritual.

O fundo da questão

Um outro exemplo da reencarnação como uma ciência espiritual foi a experiência de um jovem que, aos vinte e oito anos, sem nenhuma razão aparente e sem nunca antes ter apresentado qualquer comportamento semelhante, ele cometeu um ato violento. Os astrólogos observam que, nas idades entre vinte e oito e trinta anos, cinqüenta e seis e sessenta, e assim por diante, cada um de nós passa por um “retorno de Saturno”. Isso significa que Saturno, o planeta da forma, da limitação e da restrição volta para o lugar que estava ocupando no momento do nosso nascimento. A maioria das pessoas passa por uma importante mudança nessas épocas — pode ser um casamento, uma morte, um nascimento ou mudança de emprego. Seja lá o que for, isso indica que outro capítulo da história da nossa vida está se iniciando;o rapaz manifestava várias neuroses que poderiam explicar esse inesperado comportamento violento. A primeira coisa foram vidas passadas no exército, remontando à Antigüidade. A vida mais recente foi como cavaleiro do exército nazista na Segunda Guerra Mundial. O mais interessante  é que essa alma, originalmente, tinha chegado a este planeta por amor e pelo desejo de ajudar a fazer avançar a evolução. Infelizmente, uma das maneiras de divulgar a cultura, o conhecimento e a lei tem sido a guerra. Desse modo, o rapaz foi arrastado para a ação militar muitas e muitas vezes e, em cada existência, seu motivo original de acelerar a evolução foi se perdendo cada vez mais. Toda essa contínua experiência militar deixou o lado yin de sua natureza atrofiado. Ele estava em desequilíbrio em relação ao seu feminino interior, e o psiquiatra confirmou que o rapaz tinha muitos problemas para compreender as mulheres. Quando ele chegou aos vinte e oito anos como cavaleiro do exército, os horrores do Holocausto provocaram um choque em sua consciência no sentido de fazê-lo ver a futilidade da guerra. E o moço reconheceu que a guerra não era o modo certo de mudar as coisas e, num momento de loucura, suicidou-se com um tiro. Mesmo nesta vida, o rapaz tinha escolhido uma profissão paramilitar e, quando chegou à mesma idade em que se suicidara como cavaleiro do exército, começou a ter dores de cabeça violentas e inexplicáveis. Um dia, simplesmente perdeu o controle e explodiu. Parece que ele havia desenhado suásticas compulsivamente a partir do momento em que conseguira controlar um lápis. Ninguém na família compreendia aquilo, já que ninguém tinha sido diretamente afetado pela Segunda Guerra, nem demonstrado qualquer inclinação política naquela direção. Do nosso ponto de vista humano, o fim dessa história não é tão feliz. A visão de que a guerra não era a maneira de mudar as coisas foi devastadora. Ele era como um carro que tinha corrido a uma velocidade de cento e sessenta quilômetros por hora rumo ao seu destino, apenas para descobrir que estava se dirigindo ao lugar errado. Ele pisou no breque depressa demais. Passou dos remédios para drogas entorpecentes, a fim de tratar suas dores de cabeça e sua ansiedade, e finalmente suicidou-se com um tiro — outra vez; estava sofrendo de um desespero profundo e não conseguia perdoar a si mesmo. Quando o viram mediunicamente no funeral, ele estava muito feliz por se livrar do corpo e espantado pelo fato de que tantas pessoas gostassem dele o bastante para estarem ali presentes.


O corpo se lembra

Um outro exemplo da intensidade com que o corpo incorpora as crenças mantidas na mente ao longo do tempo e do espaço é dado pela história de uma mulher distinta, bem vestida e fina, com muitos problemas físicos sérios;Tinha feito terapia mais de uma vez e também estava satisfeita por ter recebido bom tratamento médico. Mas ela nunca encontrara uma resposta satisfatória para a pergunta subjacente : “Por quê?” Quando entraram em sintonia mediúnica com ela,  imediatamente viram um impresso feito em computador de dezenas de vidas com seu atual marido. Eles haviam tido todos os tipos concebíveis de relacionamento: mãe e filho, patrão e empregado, irmão e irmã, marido e mulher, e assim por diante. O único denominador comum era que cada relacionamento havia sido repleto de competitividade, ciúme e inimizade. Viver num estado tenso de ambivalência estava literalmente envenenando o seu corpo com ódio. Para ser curada, a alma procura o equilíbrio e o restabelecimento de sua natureza afetiva. O corpo carrega na memória, de uma vida para outra, o ressentimento que não foi liberado.

A reencarnação hoje

Até há bem pouco tempo, o legado dos cientistas que buscavam o conhecimento da consciência nos tempos remotos ainda não estava inteiramente disponível para nós. A maioria deles trabalhava em segredo. Mas tudo isso está mudando, e esses tesouros agora estão se difundindo na consciência do público. Além disso, os cientistas da física no mundo todo estão dirigindo suas mentes e seus laboratórios para o estudo da consciência — inclusive para o estudo da reencarnação. 

O dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, autor de Twenty Cases Suggestive of Reincarnation [Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação] 

tem sido um dos pioneiros a submeter esse antigo ensinamento espiritual à moderna investigação científica. Além do mais, nossa compreensão de como a consciência cria a experiência ou mesmo de que modo ela cria a matéria, cresce à medida que a física quântica explora o espaço, o tempo e realidades múltiplas e alternadas. Nos Estados Unidos, a reencarnação geralmente é tratada como um candidato à eleição, algo do tipo “ame-a ou deixe-a”, uma espécie de diversão alegre e excitante. Ela até parece, de algum modo, constituir uma ameaça para algumas pessoas. Acaso aceitar a reencarnação significa aceitar que nenhuma equipe de salvamento virá para acabar com todos os problemas do mundo? A equipe de salvamento, os mestres e os professores já chegaram muitas e muitas vezes — e continuam chegando para nos mostrar como transformar o nosso mundo, o individual e o coletivo. Acaso faz parte do medo o fato de que devemos encarar e transformar nossos demônios pessoais, criados por nós mesmos, e depois trabalhar com os outros para transformar nossa loucura coletiva? Será possível que tenhamos mesmo de levar a sério Jesus, Buda, Krishna e todos os outros seres iluminados, e encontrar nossos caminhos através da “porta estreita”, e não simplesmente ficar seguindo atrás de seus mantos, mantendo intactos os nossos preconceitos? Nossa jornada através do processo de transformação é tornada mais clara pelos seres iluminados em todas as culturas que têm abençoado este planeta. Sobrepujando todas as armadilhas do mundo, eles acreditaram e depois se transformaram na crença. Eles se tornaram mestres superando todos os obstáculos com que você e eu nos deparamos. E pelas suas vidas eles nos ensinam que podemos fazer e faremos a mesma coisa. Suas lutas e triunfos impregnaram a mente coletiva com radiações tão claras e poderosas, que nos permitem encontrar nosso caminho para casa mais facilmente. Co-criando com o universo, eles amplificam o plano evolucionário e nos servem.


Oportunidades desiguais

Certamente, a reencarnação dá sentido ao que, de outro modo, não teria sentido. Quando ficamos sabendo de situações aparentemente injustas, assim como vidas produtivas ceifadas por acidente, violência, guerra e doença, ficamos indignados com a falta de justiça em termos humanos. Recentemente, circulou na web uma sátira anônima que dizia que esperar justiça no planeta Terra apenas porque você é uma boa pessoa é o mesmo que esperar que um touro não o ataque porque você é vegetariano. Evidentemente, as pessoas não começam a vida com oportunidades iguais. Do ponto de vista humano, a única coisa que uma criança que nasce com AIDS numa aldeia da África tem em comum com uma criança saudável dos subúrbios nos Estados Unidos é que ambas são bebês e dependentes. Ambas as circunstâncias nos oferecem a oportunidade de evoluir coletivamente. Mas essa é a segunda questão. A primeira é: por quê? A reencarnação explica o aparecimento dos gênios e todas as situações excepcionais. E isso está em harmonia com o que, até o momento, entendemos a respeito da evolução física. Além disso, ela desfaz muitos nós da Sagrada Escritura que, sem esse conceito, nos deixam intrigados. Por exemplo: “Sede perfeitos” parece algo improvável quando encarado pela perspectiva de uma única vida. Mas esta é uma diretiva clara a indicar que a perfeição é o objetivo final. Talvez tenha chegado o tempo de admitirmos a possibilidade de que a justiça divina e o amor divino não sejam nem remotamente parecidos com aquilo que nós, humanos, pensamos que são. Apesar de todas as contradições, há uma ordem e um propósito em todas as nossas vidas e, se não compreendemos como tudo isso funciona, há uma crescente evidência de que realmente funciona. Compreender a reencarnação ilumina o conhecimento que vai além da razão. Ademais, propicia uma visão interior dos “fatos” imprevisíveis que trazem exatamente, no momento certo, a experiência certa para nós — essa “mágica” sincrônica — o déjà vu que traz até nós as pessoas certas, que abre e fecha portas e que muda a nossa vida.


O amor cura com o tempo

Esta é a história de uma vida passada de uma mulher ao mesmo tempo muito prática e intuitiva, que se encontrava próxima dos setenta anos de idade. Desde que nasceu, vivenciou o abandono, primeiro por parte da mãe, que morreu quando ela era bem jovem, e logo em seguida pelo pai, que a deu em adoção. Seu casamento com o único homem que amara foi penoso, pois ele passou os últimos vinte anos de sua vida num estado de alcoolismo que a excluía. Enquanto lutava com suas desilusões, ela pagou por isso com sua pouca auto-estima, e não tinha nenhuma noção de ser atraente como mulher. Concluindo que o amor das pessoas não era para ela, começou a mudar procurando compreender a si mesma e o seu relacionamento com Deus. Aprendeu a não ter ressentimentos e perdoar o passado. Regularmente, rezava para concluir as lições desta vida. Uma noite, encontrando-se à porta principal de um auditório, seu olhar cruzou casualmente com o de um homem que nunca tinha visto antes, um homem que era uns quinze anos mais novo que ela. Aquele único olhar penetrou direto em sua alma. Ela sentiu que o conhecia intimamente, e a sensação que isso produziu nela foi de desalento. Ela abandonou o local em pranto, mas eles se encontraram novamente nos degraus da escada. Ela decidiu contar-lhe o que lhe havia acontecido. Ele também teve a mesma reação. Isso foi o começo de uma série de conversas que se estenderam por muitos dias e muitas noites. Ela contou a ele coisas que antes nunca havia contado a ninguém. Ele lhe era mais familiar que todas as pessoas que tinha encontrado na vida. Ela nunca tivera anteriormente a lembrança de uma vida passada, mas, de repente, relembrava exatamente como e quando conhecera aquele homem — como se tornara sua querida esposa e melhor amiga. Nessa existência, ela fora muito amada e estimada. Sem se conhecerem, tanto ele como ela escolheram exatamente a mesma existência, incluindo o país, a época e as circunstâncias. Essa lembrança fora guardada com muita energia pelos dois. Com o tempo, eles seguiram caminhos diferentes. Não era o seu carma nesta vida casar-se novamente, nem mesmo ter um envolvimento sexual. Acontece que o sentimento doloroso que ela tinha de não ser atraente foi curado. Como ela sinceramente desejara completar o ciclo, atraiu para si esse lembrete de uma época em que fora muito amada e valorizada, conseguindo, assim, dar vazão à raiva, à dor e ao abandono da sua vida atual.


A leitura do registro akáshico

Na vida da alma, sempre que desenvolvemos um talento, fazemos uso das circunstâncias e dos nossos recursos para tirar o máximo de nossas habilidades e fazemos o bem a todos, acumulamos isso no paraíso — um “Paraíso” entendido como um estado de espírito. É como ter uma galeria repleta de tesouros, só que nesse caso são talentos que desenvolvemos ao longo de muitas encarnações. Também há um livro de registros nessa galeria, e ele guarda a contabilidade detalhada de todos os créditos e débitos. Agora, imagine que você entre nessa galeria com o objetivo de se preparar para uma encarnação. Você vê o livro de registros através da percepção da vontade superior, não com os olhos ávidos do ego, e escolhe algumas coisinhas que precisam ser trabalhadas. Você pode decidir não utilizar todos os seus tesouros em alguma experiência de vida, de modo a focalizar uma lição específica. No Oriente, esse registro de tudo o que já fizemos é conhecido como Akashia ou o registro akáshico. A Bíblia se refere a ele como o Livro da Memória. O registro akáshico, o Livro da Memória, está dentro de nós. O éter se move através de todas as coisas, e nele tudo fica registrado exatamente como acontece. É o amor altamente magnético. É o nosso registro, como indivíduos e como espécie, e se move conosco, para onde quer que vamos. Aqui, o que é semelhante se atrai. Se você imprimiu o medo, então, assim como Jó, descobrirá que aquilo que temia se abateu sobre você. As pessoas com sensibilidade mediúnica altamente desenvolvida podem ler esses registros. Porém, antes que você acredite no relato de uma de suas vidas passadas feito por alguém, é bom considerar que as impressões mediúnicas são filtradas e interpretadas através da mente e do sistema de crenças daquele que recebe a impressão. Obviamente, quanto mais trabalho o sensitivo teve para transformar os seus próprios padrões, mais claramente é capaz de ler o padrão que diz respeito a você.


ARQUÉTIPOS

Os arquétipos são figuras imaginárias que assumiram uma certa vida “real” coletiva na nossa consciência porque suas histórias foram contadas e recontadas centenas de vezes. Eles se tornam os símbolos de certos tipos de energia. Até mesmo as pessoas reais que foram importantes heróis ou vilões em sua época assumem proporções arquetípicas à medida que suas façanhas são relatadas. Uma certa espécie de energia em determinada pessoa pode nos fazer lembrar de personagens lendárias. ; todos nós temos de interpretar aquilo que sentimos mediunicamente, e que isso é modelado — ou remodelado — na nossa mente por aquilo em que pessoalmente acreditamos e devemos pesar cuidadosamente tudo o que nos é dito e decidir por nós mesmos o que é verdadeiro e o que é simbólico. A lembrança da vida passada pode ser simbólica, racial ou arquetípica. A exatidão da lembrança não é tão importante quanto o tipo de energia que ela faz surgir em nós. Depois que os melodramas de uma determinada vida terminam, o que resta é a essência destilada da experiência. A experiência de ser um cacique de tribo oferecenos a mesma dinâmica de aprendizado sobre as responsabilidades de liderança que a de ser rei ou presidente dos Estados Unidos. Se vemos a nós mesmos, ou outra pessoa, como Napoleão, isso não significa necessariamente que fomos Napoleão. Pode ser simplesmente o nosso subconsciente oferecendo-nos uma referência simbólica para o tipo de energia que encontramos. Podemos perguntar:quem fazia as tarefas comuns no Egito e na Atlântida? Quem eram os sapateiros e os cozinheiros? Suponha que você esteja aterrorizado de medo de perder um filho a ponto de ficar neurótico. Pode ser que você tenha vivenciado esse tipo de perda em experiências de outras vidas, talvez por morte, seqüestro ou escravidão. Alguma coisa hoje aciona esse medo em você, e sobe à superfície a “lembrança” de uma vida que você pode ou não ter tido. Quando o cérebro se esforça para dar um nome aos terríveis sentimentos de perda por que você está passando, ele extrai aquilo que existe no seu subconsciente. Você pode ter assistido a um filme a respeito de alguém que perde um filho, A Escolha de Sofia, por exemplo, e encontrou uma resposta ecoando profundamente dentro de você, que o fez sentir quase como se aquela exata experiência tivesse ocorrido com você. A “lembrança da vida passada” aparece como o filme. As lembranças se reúnem em torno de experiências arquetípicas tais como o nascimento, a morte, o amor, o ódio, a guerra, a religião e o poder político. Algo em você reconhece a dinâmica e cria a sua versão do filme. Se todas as almas são iguais, nem todas são igualmente experientes em relação à existência terrestre. Há, na verdade, almas antigas que estão cansadas, cheias de enfado e esgotadas devido a toda a ginástica a que submeteram a sua vontade. Elas podem criar vidas muito, mas muito difíceis para si mesmas a fim de afastar a última das ilusões mundanas que se encontra na sua consciência. Ficamos intrigados com as pessoas que giram em torno de si mesmas e, no entanto, parecem ser generosas de todas as maneiras. Algumas vezes, elas estão simplesmente começando a vivenciar aquilo que sua vontade pode realizar. Seu egoísmo não tem muito que ver com o fato de serem más, mas sim com o fato de serem jovens de entendimento. Uma das características de uma alma madura é a sua preocupação com o bem geral. Isso nada tem que ver com a escolha daquilo que parece ser uma profissão desprendida. Tem mais a ver com uma total peregrinação de vida sem fazer o mal e com a consciência de sua própria contribuição. Não faz diferença se essas pessoas são ou não são bem-sucedidas em termos mundanos; elas utilizarão todos os recursos e influências que estão à sua disposição para colocar no mundo o melhor que têm a oferecer.
CONTINUA….
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Bibliografia para consulta
1-O despertar de uma nova consciência
Eckhart Tolle
2-Momento de despertar
Shakti Gawain
3-Psicologia da Alma
Dr Joshua David Stone
4-Um Curso em Milagres
Foundation for de Inner Peace
5-Ascenção Cósmica-roteiro para os reinos desconhecidos da luz
Dr Joshua David Stone
6-Sua missão ascencional-O seu papel no Plano Maior
Dr Joshua David Stone
7-Ascenção Cósmica
James Tyberonn
8- O processo da Iluminação Espiritual
Judith Blackstone
9-Modern Physics and Vedanta
 Swami Jitatmananda
10-Vedanta Monthly
 Vedanta Center
11-Manuscritos -acervo pessoal
Nota; Alguns livros estão disponíveis em nossa Biblioteca Virtual
Divulgação: A Luz é Invencível


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