Sempre tivemos o sangue humano, dentro do fenômeno religioso, associado à práticas pagãs e heréticas. Mas pouco se comenta que a maior Igreja do mundo, não de uma forma ritualística, mas física, recorreu ao mesmo na tentativa de salvar um Papa há 500 anos. Oficialmente, as primeiras transfusões de sangue ocorreram em 1665, em Oxford, Inglaterra, quando Richard Lower se divertia retirando sangue de animais e injetando em outros. Dois anos depois, ...
no dia 16 de junho de 1667, o médico francês, Dr. Jean Baptiste transfundiu aproximadamente trezentos mililitros de sangue de ovelha em um jovem de quinze anos. Apesar das boas intenções do Dr. Baptiste em salvá-lo, o jovem, claro, morreu mais tarde. A primeira transfusão com sucesso é atribuída ao inglês James Blundell, em 1818, ao recorrer ao método para salvar a vida de mulheres com hemorragia pós-parto. Muito antes destes fatos, na madrugada de 25 de julho de 1492, na então capital do catolicismo, Roma, médicos se desesperavam com as infrutíferas tentativas de salvarem a vida do Pontífice Inocêncio VIII. O Papa, completando 60 anos naquele dia, já se encontrava moribundo e em coma. Um dos médicos ali presentes, sugeriu que a única coisa capaz de salvá-lo, seria o sangue de garotos “sadios de corpo e alma”. Logo, conseguiram três meninos de dez anos de idade cada um, para, mediante a oferta de um ducado, ofertarem o seu sangue para salvarem o Vigário de Cristo.