O Evangelho de Tomé é um dos mais de 50 textos da Biblioteca de Nag Hammadi, encontrada numa caverna no Egito em 1947. Este Evangelho, escrito em copta, a língua do Alto Egito no início de nossa era, é uma tradução de um original grego, provavelmente escrito em meados do primeiro século.
Portanto, ele é um dos documentos mais antigos de tradição cristã, já que os quatro evangelhos incluídos na Bíblia foram escritos provavelmente entre os anos 80 e 120 de nossa era.
O Evangelho de Tomé é uma coleção de ditados de Jesus, que guarda certas semelhanças com o assim chamado Evangelho “Q”, que os eruditos bíblicos acreditam teria sido a fonte de parte dos ditados incluídos em Mateus e Lucas.
Os estudiosos acreditam que as versões dos ditados de Jesus encontradas em Tomé seriam, em geral, versões mais originais do que a dos evangelhos canônicos, que teriam sofrido modificações e editorações ao longo dos séculos.
Sua autoria é atribuída a Tomé, que é chamado logo no início do texto de “irmão gêmeo” de Jesus. Este parentesco deve ser entendido no seu sentido esotérico. Tomé seria um discípulo que havia alcançado um estado de realização interior que o tornava um gêmeo espiritual do Salvador.