Relações e tensões durante o confinamento.
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Os dez mandamentos para
lidar com um conflito no relacionamento.
Inicialmente, a
quarentena não tinha motivo para se tornar um problema sério para a maioria de
nós. No entanto, as restrições impostas acabaram criando tensões nas relações
durante o confinamento. Nesse sentido, vale a pena examinar qual é a origem do
problema, para poder intervir de maneira precisa.
No começo, ficar em
casa com o parceiro ou com a família envolvia apenas um certo ajuste de hábitos
e uma renovação das relações. O que acontece, porém, é que muitas das tensões
que surgem durante o confinamento já existiam antes, mas a força da convivência
acaba tornando a coisa mais forte e clara.
A situação atual é
produto de uma mudança repentina, que exigiu adaptações rápidas. Além disso, o
contexto é de incerteza, e por isso é de se esperar que fiquemos angustiados.
Tanta pressão torna as
pessoas mais irritáveis e mais difíceis. No entanto, não é preciso chegar a um
ponto de conflitos graves no qual as relações se perdem no meio de brigas e
tensões.
“Não há nada a se temer
na vida, só é necessário entender. Agora é o momento de entender mais, para que
possamos temer menos”-Marie Curie.
Tensões nas relações
durante o confinamento.
A quarentena
intensifica o contato entre as pessoas que vivem na mesma casa e, além disso,
impõe restrições. Com certeza toda família e todo casal tinha, antes desse
momento, muitos hábitos e determinações relacionadas aos espaços e aos recursos
disponíveis dentro de uma rotina em comum. Com o confinamento, a primeira coisa
que muda é exatamente essa.
O espaço que antes era
compartilhado apenas parcialmente agora se torna um cenário constante, no qual
há uma convivência intensa. A mesma coisa acontece com os recursos disponíveis,
como computador, televisão e inclusive os espaços sociais.
Se as duas partes têm
disposição para conversar e se adaptar, as tensões durante o confinamento
conseguem ser resolvidas de forma relativamente rápida. É preciso chegar a
acordos razoáveis, nos quais cada parte cede em algo para o bem comum. A ajuda
mútua é imposta sobre o interesse individual, porque estamos falando de um
casal ou de uma família.
Tensões crescentes.
É claro que nem sempre
as conversas e negociações produzem os melhores resultados e chegam a um acordo
satisfatório. Em vários países, especialmente da América Latina, os índices de
violência intrafamiliar aumentaram durante o confinamento.
Muitas vezes, os
maus-tratos acontecem entre os membros do casal, mas também podem cair sobre as
crianças. Em muitos casos, a quarentena não é a responsável por algo assim
ocorrer. Geralmente, as relações já possuíam problemas do tipo antes dessa
situação.
As tensões durante o
confinamento se intensificam e, ao mesmo tempo, os recursos para geri-las se
tornam mais escassos. Nesses casos, os conflitos latentes se tornam mais
perigosos do que nunca, já que podem explodir a qualquer momento, tornando a
convivência até mesmo insuportável.
Antes, as pressões
podiam ser um pouco aliviadas ao nos afastarmos fisicamente. O confinamento
destrói essa estratégia de evasão, o que, por sua vez, aumenta as pressões.
Adicionalmente, os conflitos só são assumidos quando as pessoas estão prontas
para fazer isso, e não quando são obrigadas a encará-los. O que fazer nessa
situação?
Ganhar terreno.
As tensões que surgem
nas relações durante o confinamento não vão desaparecer como num passe de
mágica. Tudo depende do tipo de conflito e da intensidade do mesmo.
Uma coisa é lidar com a
incompatibilidade de uma característica e outra, por exemplo, é lidar com uma
pessoa viciada o dia todo ao seu lado. Do mesmo modo, uma coisa é tolerar a
indiferença ou a indolência de outras pessoas, e outra é lidar com a
agressividade e a violência.
Em situações nas quais
há possibilidade da integridade física de uma pessoa estar em risco, a melhor
opção é pedir ajuda externa ou buscar uma maneira de se mudar, pelo menos de
forma temporária. Não é necessário esperar que as coisas cheguem a algum ponto
extremo para tomar uma decisão.
Se o conflito não chega
a esse extremo, a melhor solução é começar a delimitar e respeitar espaços.
Isso supõe elaborar horários para o uso de espaços comuns e dos recursos
disponíveis. Se é muito difícil conviver, a ideia de criar uma rotina que
permita administrar o está disponível sem precisar interagir constantemente
também é boa.
Há muitos psicólogos
que estão oferecendo seus serviços, inclusive de maneira gratuita e virtual.
Diante de uma tensão coletiva difícil de superar, pode ser uma boa ideia
consultar um desses profissionais e tirar proveito das suas indicações. Para
algumas pessoas, inclusive, esta pode ser uma oportunidade de solucionar os
problemas que estão pendentes.
Direito autoral http://amenteemaravilhosa.com.br/
Edição, Gravação, Publicação do Podcast: Vega
Conhecimentos.
Obrigada por sua leitura e compartilhamento.