Por Rodrigo Martins
Dicas de leitura para começar bem o ano.
Se você pegou 2017 pra começar aquele muito ansiado (e
talvez bastante procrastinado) projeto de transformação, vá com tudo. Embarquei
nessa há quase dois anos e olha, nem conto o que vi, vivi e venci por aí (que
nada, um dia, acabo contando sim). Não desanime, vale a pena: desengavete o
projeto, cole na parede, estabeleça metas, encha-se de coragem e entusiasmo. É
como dizem: daqui um ano você vai querer ter começado hoje. Comece hoje mesmo
que você só tem a ganhar! Para dar um empurrãozinho na empreitada, cá vai uma
pequena lista de livros que muito me ajudaram e têm ajudado a manter a
motivação em dia.
* “A Mágica da Arrumação” - Marie Kondo
Ed. Sextante, 2015
Como a autora afirma, e eu passei a acreditar, “a vida
começa de verdade depois que se põe a casa em ordem”. O método de Kondo já
ajudou milhões de pessoas a reorganizarem suas casas e a se livrar daquilo que
há tempos está pesando e ocupando lugar. Nunca uma arrumação se tornou um ato
tão libertador quanto como ela propõe em seu manual. É fazer a faxina externa e
ver a transformação interna tornar-se realidade como num passe de mágica.
Objetivo: arejar e desobstruir a casa para transformá-la num
lar.
Ed. Bicicleta Amarela, 2016
Esse livrinho interessante propõe aquilo que muitos de nós
desejamos: tocar um sonoro FODA-SE em alto e bom som para (quase) tudo e
(quase) todos. O que Marie Kondo propõe no ambiente externo, Sarah Knight
aplica no interno, em nossa “casa emocional”. Os meios para adquirir a sutil
sabedoria do grande F* estão aqui. Sua proposta parte de uma premissa simples:
“você precisa parar de se preocupar com o que os outros vão pensar”. Sim,
precisa muito e você sabe disso melhor do que ninguém, não é mesmo?
Objetivo: expulsar da mente aquela plateia de chatos que
estragam tudo.
* “Grande Magia” - Elizabeth Gilbert Ed. Objetiva, 2015
A premiada autora de “Comer, Beber & Rezar” volta com
essa coleção de pequenos relatos e dicas preciosas para quem quiser expressar
sua criatividade e não tem visto como. Ela o faz com uma leveza cativante,
adquirida pela longa experiência no caminho das muitas alegrias e das
inevitáveis dificuldades que a criação artística permite, seja ela qual for.
Objetivo: incentivar o despertar da criatividade sem
restrições e medos.
* “Você não é tão Esperto Quanto Pensa” - David McRaney Ed.
LeYa, 2013
Através da comparação entre equívocos que cometemos e verdades
que ignoramos, o autor lista 48 desmistificações bem interessantes. Num tom
humorado, McRaney, que se autodeclara “nerd da Psicologia”, compara aquilo que
é senso comum com dados pesquisados por cientistas e psicólogos para demonstrar
que há mais autoengano na Terra do que sonha a nossa vã egolatria. Você vai se
surpreender com o tamanho da sua... do seu... ahn, deixa pra lá. Aceita um
exemplo? Cá vai.
Auto sabotagem: O equívoco: em tudo o que faz, você luta
pelo sucesso.
A verdade: você geralmente cria condições para o fracasso
com antecedência para proteger seu ego.
Instigou a curiosidade, não?
Objetivo: desinflar aquela bolha de superioridade moral que
todos adoramos inflar.
* “Propósito” - Sri Prem Baba Ed. Sextante, 2016
Para pessoas como eu, que facilmente se deixam influenciar
por sentimentos e emoções, às vezes tomando atitudes e decisões precipitadas,
vale muito. Para aprender a perdoar, abandonar ressentimentos, praticar
generosidade e olhar para frente com uma perspectiva positiva.
Objetivo: motivar o interesse em cultivar virtudes.
* “Presence” - Amy Cuddy Ed. Little, Brown, 2015
A autora, após sofrer um grave acidente, reavalia sua vida e
descobre a importância da presença de esp írito. Ou, no bom português, atitude.
Válido para quando a autoconfiança resolve tirar férias e nos deixa expostos às
adversidades. Não encontrei edição em português.
Objetivo: reforço da atitude para dar a cara à tapa e
encarar a vida com ousadia.
* “Garra” - Angela Duckworth
Ed. Intrínseca, 2016
A autora e pesquisadora Angela Duckworth, depois de anos
estudando padrões de desempenho, descobriu coisas muito interessantes. Uma
delas é o quanto a perseverança é fundamental para se atingir o sucesso em
qualquer empreitada, até mais do que outros atributos venerados, como talento e
genialidade. Sabe quem abaliza a tese? Darwin, que não se acreditava muito
inteligente (!), mas sabia-se dono de uma obstinação fora do comum. Para não
desistir dos projetos no meio do caminho, como o projeto de que tratamos nesse
post.
Objetivo: estimular a perseverança e o gosto pelo trabalho
árduo.
* “A Coragem de ser Imperfeito” - Brené Brown Ed. Sextante,
2013
Brown trata de um assunto delicado e de difícil abordagem: a
vulnerabilidade. Aquilo que consideramos fraqueza ou motivo de vergonha pode
ocultar a nossa maior força e ousadia: fragilidade, aceitação das falhas e,
através dessas realizações, a superação e o aprendizado.
Objetivo: aceitar a própria fragilidade com sinceridade e
coragem.
* “Foco” - Daniel Goleman Ed. Objetiva, 2013
Goleman, conhecido pelo seu “Inteligência Emocional”, volta
com esse tema bastante necessário em tempos de distração massiva a que nos
submetemos com nossas tecnologias digitais. A concentração focada está além de
uma mera ferramenta para resolução de problemas difíceis; define muito da nossa
qualidade de vida.
Objetivo: estimular a busca da concentração.
* “O Poder do Hábito” - Charles Duhigg Ed. Objetiva, 2012
Duhigg descreve os mecanismos que nos levam a agir
compulsivamente e sem avaliar consequências. E melhor: como podemos operar
nesses mecanismos para, se não interromper seu movimento, realimentar a roda
com outros ingredientes, menos prejudiciais e mais benéficos.
Objetivo: romper com vícios e hábitos perniciosos.
* “Vá de Bike” - Grant Petersen Odisseia Editorial, 2013
Para Petersen a bicicleta é não apenas um meio de
transporte, mas também peça importante de um estilo de vida. Aqui, além de
dicas muito úteis sobre manutenção, ele promove algumas boas desmistificações,
como a ideia ainda bastante generalizada de que todo ciclista deve sair de casa
paramentado como se estivesse indo disputar o Tour de France. No mesmo dia em
que li, abandonei o uniforme colorido e passei a me vestir do meu jeito. E a
bicicleta se tornou, de fato, não apenas um meio de transporte, mas peça
importante de um estilo de vida.
Objetivo: abandonar o sedentarismo através do gosto pela
magrela.
* “A morte de Ivan Ilich” - Liev Tolstoi 1886
Única ficção da lista, decidi incluir por um motivo apenas:
é uma das novelas sobre vida e morte mais impactantes já publicadas. Aqui você
vai encontrar a urgência necessária para quebrar de vez a procrastinação e
começar a viver, pois a vida pode acabar MESMO a qualquer momento. E todos
aqueles sonhos cálidos de uma morte tranquila, cercada de amigos e parentes,
acabam desfazendo-se nas páginas dilacerantes dessa novela. A vida é uma frágil
bolha sujeita a ser tragada por um tsunami devastador a qualquer momento. E a
morte pode ser muito arrastada e dolorosa. É intrigante como sabemos de tudo
isso e mesmo assim nunca bate o desespero necessário para não perdermos mais
tempo. Talvez por que em nosso íntimo ainda acreditamos, contra todas as regras
do bom senso, que fomos abençoados pelo dom da vida eterna. Mas isso é bobagem:
você VAI morrer. Tenha isso tão certo quanto terá que pagar impostos até o fim
da vida. E é bom sempre se lembrar da morte; ajuda a nunca se esquecer da vida.
A Editora 34 conta, em seu catálogo, com a tradução de Boris
Schnaiderman.
Objetivo: valorizar a ú nica vida que (pelo menos é o que
sabemos até agora) temos.
Por Rodrigo Martins
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©2010 - 2017 Solange Christtine Ventura
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