Tão alta é a toxicidade do açúcar que, para os
pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco, Estados Unidos,
ele é uma substância potencialmente tóxica assim como o álcool e o cigarro.
Sua ligação com o aparecimento da diabetes é
tão forte que deveria haver uma legislação rigorosa contra ele, como um imposto
sobre todos os alimentos e bebidas que contêm esse "veneno".
Não por acaso, os pesquisadores da
Universidade de Califórnia recomendam a proibição da venda de produtos com
açúcar dentro ou perto de escolas, bem como a colocação de limites de idade
sobre a venda de tais produtos.
Os efeitos nocivos do açúcar não param no
diabetes.
O açúcar refinado está fortemente ligados ao
câncer, não apenas como uma causa dele, mas também como algo que alimenta as
células cancerosas quando uma pessoa tem a doença
Pesquisadores do Huntsman Cancer Institute, em
Utah, foram os primeiros a descobrir que o açúcar "alimenta" tumores.
Em um artigo publicado na revista Proceedings,
da Academia Nacional de Ciências, Don Ayer, Ph.D., professor no Departamento de
Ciências Oncológicas da Universidade de Utah, disse: "É conhecido desde
1923 que células cancerosas usam muito mais glicose do que células normais.
Nossa pesquisa ajuda a mostrar como esse processo ocorre e como ele pode ser
interrompido para controlar o crescimento do tumor ".
Dr. Thomas Graeber, professor de farmacologia
molecular e médica, investigou a forma como o metabolismo da glicose afeta os
sinais bioquímicos presentes nas células cancerosas.
Na pesquisa publicada na revista Molecular
Systems Biology, Graeber e seus colegas demonstraram que a fome de glicose,
isto é, o ato de privar as células cancerosas de glicose, ativa um
significativo circuito de amplificação metabólica que leva à morte dessas
células.
A eliminação do açúcar, portanto, e de tudo
que vire glicose no organismo (como pão, macarrão, arroz) poderia ser algo a
ser adotado na tentativa de melhorar os resultados de tratamentos de câncer.
O aumento dos níveis de insulina é
pró-inflamação e pró-câncer e pode promover a proliferação de células tumorais.
Os doutores Rainer Klement e Ulrike Kammerer
realizaram uma revisão abrangente da literatura envolvendo carboidratos da
dieta e seus efeitos diretos e indiretos sobre as células cancerosas, que foi
publicado em outubro de 2011 na revista Nutrition and Metabolism.
Eles concluíram que as células cancerosas são
tão sensíveis ao abastecimento de açúcar, que o corte da oferta dessa
substância irá matar o câncer.
Por outro lado, "o aumento do fluxo de
glicose [do consumo de açúcar] promove diversas atividades no câncer, como
proliferação excessiva, sinalização antiapoptótica, progressão do ciclo celular
e angiogênese", concluíram os cientistas.
A doutora Christine
Horner tem muito a dizer para as mulheres sobre a insulina e câncer de mama:
"Quando se trata de câncer de mama, a
insulina não é amiga. Uma das principais razões é devido ao fato de tanto as
células da mama normais como as cancerosas terem receptores de insulina sobre
elas. Quando a insulina se liga ao seu receptor, tem o mesmo efeito de quando o
estrogênio se liga ao seu receptor: faz com que as células comecem a se
dividir. Quanto maior os níveis de insulina são, mais rápido suas células da
mama vão se dividir; quanto mais rápido elas se dividirem, maior será o risco
de câncer de mama é mais rápido será o desenvolvimento das células
cancerosas".
A dra. Horner lembra um estudo realizado pela
Harvard Medical School (2004) que constatou que as mulheres que, quando
adolescentes, comeram mais alimentos com alto índice glicêmico, aumentaram seus
níveis de glicose no sangue e, anos depois, apresentavam uma maior incidência
de câncer de mama.
"Então, incentivar sua filha adolescente
a cortar o açúcar vai ajudá-la a reduzir o risco de câncer de mama para o resto
de sua vida", disse a doutora.
Vamos fazer uma pausa para assistir a um vídeo
muito interessante em que o dr. Lair Ribeiro também fala da relação açúcar e
câncer.
Assista e, a seguir, continuaremos com esta
nossa conversa.
Em outro estudo da
Universidade da Califórnia, que foi publicado na revista Cancer Research, os
pesquisadores concluíram que qualquer pessoa que pretenda reduzir o risco de
câncer deve começar por diminuir a quantidade de açúcar que ingere.
O dr. Anthony Heaney, principal autor do
estudo, declarou: "A dieta moderna contém uma grande quantidade de açúcar
refinado, incluindo frutose, que é um perigo oculto envolvido em muitas doenças
modernas, tais como obesidade, diabetes e fígado gordo".
Especificamente sobre a frutose, outra ameaça,
o pesquisador afirmou: "Os resultados mostraram que as células cancerosas
podem facilmente metabolizar frutose, o que aumenta a proliferação delas".
O resumo de tudo é que o açúcar transforma o
corpo em um terreno fértil para vírus, bactérias, fungos e câncer, devastando o
sistema imunológico.
Sabendo que o câncer precisa de açúcar, faz
sentido continuar comendo açúcar?
Faz sentido ter uma dieta rica em
carboidratos?
O pior é que, para a maioria das pessoas com
câncer em todo o mundo, não é oferecido qualquer terapia nutricional
cientificamente orientada para a eliminação do açúcar, além de dizer a elas
para "comer bons alimentos".